Demorei muito tempo para que pudesse absorver as maravilhas que esse livro proporcionou e demorei mais tempo ainda para voltar a me sentir confiante o suficiente com a minha escrita e postar novamente no blog. É, com certeza, um trabalho difícil para garotas, ou garotos, que como eu desejam manter um blog literário e não tem tempo o suficiente para colocar leituras em dia - o fato de os blogs começarem por baixo e, acredite, eu estou bem embaixo, não ajudam a autoestima de ninguém. Contudo, o que ajuda bem menos é parar de tentar - e não sei se estou pronta para isso ou se um dia estarei. Portanto, é hora da resenha.
Para quem acompanha Jamie McGuire (como eu mesma, fã de carteirinha) já percebeu que a diva tem o costume de trazer narrações femininas (salve Desastre Iminente) - pessoalmente, acredito que isso ocorra porque é mais fácil se identificar com uma personagem que traz algumas características semelhantes a você. É impossível para um autor deixar algo de si fora de um personagem. A protagonista de Bela Chama recebe o nome de Ellie e ela tem muitos problemas na sua vida de menina rica, mas é claro que faltava uma pitada de Maddox para transformá-la em um inferno, ou teria Ellie feito isso sozinha? Como toda a personagem de McGuire, Ellie Edson tem a personalidade forte e não só late, como também morde. Se vocês esperavam que o sangue de galinha fosse característica dos Maddox, a Srta. Edson com certeza não se importa de fazer o papel da menina indefesa esperando para receber a ligação do cara com quem passou a noite passada - não, meus senhores, Ellie Edson não vai telefonar de volta e muito menos te acompanhar até a porta. Com uma vida cheia de vícios, como o alcoolismo, pais mesquinhos e uma irmã vingativa, ela não esperava ter que lidar com Tyler Maddox (o gêmeo que presta), mas ao contrário do que ela e muitos pensavam, ele era sua salvação.
Não é segredo que eu amo cada ponto e vírgula que Jamie McGuire põe em um papel - Salvo as críticas para Belo Casamento e Algo Belo (e até um pouquinho de Belo Sacríficio), porque afinal a mulher tem o direito de dar uma mancada ali ou aqui - o ponto crucial é que o livro é de tirar o fôlego, exatamente como eu esperava, arrisco a dizer que eu mesma me queimei a cada página que passava com desespero para saciar a sede de curiosidade que apenas Jamie é capaz de provocar em mim - que mulher! #meadota
Como fã, só tenho o que indicar para todos aqueles que gostam de um romance bem dramático (e quente), mas se sua praia é algo que vá direto ao ponto, procure outro livro, McGuire não está aqui para fazer nada fácil e descomplicado, é uma reviravolta atrás da outra que só faz acreditar que você nunca chegará ao final feliz, mas se tiver paciência e gostar de uma história bem apimentada, tenho certeza que se sentirá recompensado com o final que espera - algo que eu não posso dizer de Belo Sacrifício #sorrynotsorry). Termino deixando aqui cinco estrelas para o romance.
Avisos: as fotos usadas no blog são retiradas diretamente do tumblr, não são de autoria minha.
Mãe,
Obrigada pelos meus olhinhos,
pois quando os abro
Posso te ver
Você sempre está ali
E é a primeira coisa que vejo
Antes de começar o dia
Mãe,
Obrigada pelos meus bracinhos,
porque com eles
Posso te abraçar
Bem apertadinho
Logo de manhã
Cedinho
Antes de voltar a dormir
Mãe,
Obrigada pelas minhas perninhas
porque com elas
Posso correr
Logo que vejo você aparecer
Mãe,
Obrigada pela minha boquinha,
pois com ela
Posso comer
Todas as comidas gostosinhas
Que você faz
porque com ela,
Posso lhe encher de beijinhos
Bem apertados e babados
Mãe,
Obrigada pelos meus dedinhos
porque com eles
Posso te fazer um poeminha
Que é um presentinho
Porque com meu dinheirinho
Eu não consigo comprar nadinha
Que seja grande o bastante
Igual a todo meu amor
Por você.
Feliz dia das Mães.
Se
você tivesse atendido, enquanto eu, desesperada, te ligava insistentemente,
mantendo aquele pequeno fio verde de esperança (o qual sempre detestamos), teríamos
nos machucado igualmente. As coisas não voltariam a estar tudo bem e nada
estaria certo – porque entre nós isso nunca existiu e, sinceramente, não
reconheço um universo em que existiria. Mas, se você tivesse atendido, nós não
teríamos nos machucado (por um tempo), as coisas estariam bem (não totalmente,
mas fingiríamos porque sempre fizemos isso bem) e tudo estaria certo – por poucas
horas.
Se
você tivesse atendido, eu ainda te odiaria – e acho que (ou me convenci de que)
odeio até tua mera lembrança – mas, por poucas horas, não. Porque, por poucas
horas, aquela dor da perda que me rasgava, preenchia e transbordava pelos
olhos, seria apaziguada pela anestesia em tua voz e falsa devoção. Contudo,
você não atendeu.
O
celular tocou, tanto que o toque se tornou insuportável e você trocou a música,
apenas para que ela continuasse a soar e você considerasse trocar essa também.
Assim como você, em breve, trocaria meu contato, por algum mais novo e menos
insistente – mas que, também, te amaria menos, porque eu...? Eu era imensidão,
e você não estava pronta para se jogar nela, nem sei se um dia estaria, por que
você...? Você é rasa.
Eu não vim até aqui para fazer o dia da mulher todo branco ou todo preto quando, na verdade, ele é cinza. É cinza, pois eu não vou tirar a alegria desse dia, do orgulho que estufa meu peito ao andar na rua, não só hoje, mas sempre, e pensar "eu sou mulher e eu tenho força". Orgulha-me, imensuravelmente, ser mulher, porque eu sei que no meu sangue corre mais luta e mais força do que eu posso contar. Contudo, ser mulher é pagar um preço caro. É andar na rua com orgulho, mas com medo também, é se sentir constrangida e violada o tempo todo e ser inferiorizada todo dia. Hoje, nessa postagem especial e, talvez, a que eu mais espero durante o ano, eu decidi trazer para você exatamente isso: o cinza. Vou trazer para vocês o pior lado do nosso gênero, mas também trarei a mesma homenagem de sempre a mulheres literárias que tem me inspirado desde a infância, e, dessa vez, com uma tag especial do instagram @pintandoletras - #DesafioLiterárioWonderWoman
Primeiro, gostaria de começar esclarecendo minhas escolhas para a Tag criada por Jéssica Spuzzillo.
1- Para uma líder, eu escolho Annabeth Chase, pois sem ela Percy Jackson teria virado comida de monstros em sua primeira missão. Annabeth sempre me inspirou por sua força e inteligencia, acho que ela é um perfeito exemplo para o dia da mulher, principalmente porque ela nunca parou de lutar.
2- Para uma personagem vaidosa, eu escolho Isabelle Lightwood e, com todo respeito, QUE MULHERÃO DA PORRA! Isabelle não precisaria passar nem mesmo um batom vermelho que continuaria uma das mulheres mais maravilhosas que já vi na vida.
3- Para uma mãezona, escolhi Molly Weasley, quem não só foi mãe de 7 filhos, mas também de Harry, quem mais precisava, e de Hermione, que mesmo contando com uma mãe em casa, sempre teve uma mãe no mundo bruxo para acolhe-la e trata-la como sua própria filha. Molly Weasley foi uma bruxa foda para caralho que merece todo o nosso respeito e admiração - ela é a prova viva de que esse esteriótipo de que mãe tem que parar a vida para os filhos é besteira, pois ela pode lhe tricotar um suéter de natal enquanto derrota um comensal da morte. Molly faria tudo por seus filhos e por quem ama.
4- Para uma personagem guerreira, escolhi Hermione Granger, não só porque a própria personagem é o cérebro do trio de ouro (sem ela, eles teriam sido comidos por um basílisco), mas também porque sua atriz, Emma Watson, representa exatamente isso para mim: uma mulher guerreira. Não consigo explicar a admiração e amor que sinto por ela, sequer ouvi sua voz me enche de orgulho e me emociona e eu transbordo pelos olhos. Emma Granger ou Hermione Watson, são guerreiras dentro ou fora dos livros e eu sonho que um dia serei capaz de inspirar tantas pessoas como elas fizeram e ainda fazem.
5- Para uma personagem moderna, eu escolhi America Singer. Escolhi America, porque mesmo em seu tempo, que se passa no futuro, os valores são retrógrados e medievais e, ainda assim, America se sobressai como a maior feminista que você respeita, sempre levantando-se contra as injustiças e deixando bem claro seu valor - ela nos ensinou que a sua ética estava acima de tudo e que ela lutaria para receber o que merecia (mesmo que isso seja só a torta de morango do palácio).
6- Confesso que uma personagem esportista foi difícil de escolher (deuses, Jéssica, o que você estava pensando?), porém eu acabei escolhendo Clary Fray - quem, mesmo despreparada, abraçou seu destino e entrou de cabeça nesse mundo novo: com demônios, bruxos, vampiros, lobos, anjos e caçadores de sombra. Talvez fosse seu sangue "shadowhunter", mas Clary demonstrou habilidade, vontade e disposição (física e emocional) para lidar com tudo isso - acho que você precisa ser bastante esportista para tudo isso. Talvez seja uma escolha coringa, talvez eu tenha elaborado mal minhas desculpas, mas é o que temos para hoje e poderia ser pior.
7- Para uma personagem sonhadora, eu escolhi minha heroína de infância e princesa favorita, quem, eu confesso, chorei ao conhecer. Minha escolha é Ariel, a princesa do mar. Ariel foi a primeira a me ensinar que tudo bem sonhar, tudo bem ter a cabeça nas nuvens, mesmo que você pertença ao mar, porque, na verdade, só você pode definir onde pertence. A Pequena Sereia tem sido meu exemplo em todos esses anos, desde que nem mesmo seu nome eu podia pronunciar, ela nunca me deixou na mão e acho que nunca superarei essa minha fase Disney - nem quero. Foi muito importante crescer com o exemplo de Ariel, eu nunca esqueci de lutar pelo que quero e amar intensamente.
Com a tag realizada, gostaria de lembrar a vocês que a postagem ainda não acabou. Antes de finalizá-la gostaria de trazer a vocês um pouco do meu pensamento sobre o que é o dia da mulher e o que ele me faz sentir.
Mais uma vez, o dia da mulher chegou. O que isso traz a vocês? Que sentimentos e lembranças percorrem suas mentes ao encarar o dia oito de março em seus calendários? Nada? A mim, traz dor. Talvez orgulho pelas milhões de mulheres que lutaram e continuam lutando, que me inspiram todo dia (Oi, dinda!). Mas traz dor, sim.
Sinto dor por Elisa, morta pelo ex-parceiro - quem ainda é prestigiado, e que não pode ver o filho crescer; dor por Pricila, queimada pelo antigo companheiro; dor por Rakelly, de apenas oito anos, quem sentiu cedo demais o peso do machismo ao ser violentada e estrangulada pelo caseiro do vizinho; dor por Silvia, mãe de dois filhos, que, grávida, foi esquartejada pelo ex-marido; dor por Sophia, que com 4 anos foi agredida e asfixiada pelo próprio pai; dor por Emanuelle, mulher trans, apedrejada até a morte; dor pela minha prima, quem, cedo demais, teve que lidar pela segunda vez com a morte de perto ao ter a amiga esfaqueada pelo pai.
Sinto dor e uma imensa tristeza, misturada com fúria e indignação, por todas essas mulheres e outras mais que tiveram seu sangue injusta e violentamente derramado, Sinto dor por nós, mulheres, porque nenhuma dessas mortes foi ou será o suficiente para dizer BASTA.
O dia da mulher não é sobre flores, #agoraengulamasflores, ou sobre chocolates. É sobre dor, luta e orgulho. Não é, nem nunca foi, apenas sobre o fim de suas ofensas machistas, assobios ou comentários inapropriados, sobre equidade salarial e liberdade de expressão - é sobre muito mais. É sobre parar esse derramamento de sangue que nunca devia ter começado. Somos mais juntas e só assim podemos, e vamos, parar tudo isso. Não deixe a morte dessas mulheres ser em vão. Não deixe atitudes como de Frida Kahlo e Rosa Parks ser em vão. Lute todo dia e não pare até que todos as mulheres sejam livres - mesmo que as correntes delas sejam diferentes das suas.